A SURDOCEGUEIRA E A MULTIDEFICIÊNCIA
A superação
inicia a partir do primeiro encontro das emoções!
O que é? Quais as Diferenças?
É possível definir a surdocegueira quando se refere a
pessoas que têm perdas visuais e auditivas ao mesmo tempo e em graus
diferentes.
E denominada deficiência múltipla quando há a associação de duas ou mais
deficiências, quer intelectual, visual, auditiva ou física comprometendo seu
desenvolvimento de forma geral e sua capacidade de adaptação.
Não é a mesma coisa ser
surdocega e ser multideficiente.
Pessoas surdocegas podem interagir com o meio
e com as pessoas quando têm oportunidade. Enquanto que, pessoas multi
deficientes devido ao número de comprometimentos gerados de dificuldades
comportamentais e emocionais, não conseguem fazer uso de todas as habilidades
que possuem para concretizar essas ações. E isso, resulta em necessidades
educacionais. Portanto não se trata de quantidade, mas comprometimento.
Para o surdocego as informações precisam ser
mediadas para serem recebidas e assim interpretadas. A recepção, portanto, não
é de forma fidedigna. Pode-se dizer que por neutra que seja a mediação, ela é
resultado de uma interpretação. No caso da pessoa com multideficiência as
informações podem não chegar de forma fiel, devido por vezes aos
comprometimentos não somente físicos como também, sensórios e psíquicos.
A surdocegueira também
se diferença pelos canais sensoriais de entrada das informações, excluírem a
visão e a audição. Enquanto na deficiência múltipla estes, estão presentes,
mesmo que, não seja garantia de fidedignidade.
Apesar dos aspectos
compartilhados a multideficiência diferencia-se nos aspectos relacionados às
necessidades físicas e médicas que compromete
os aspectos posturais e mobilidade; limitações na visão e audição; problemas de
mastigação e deglutição, e saúde fragilizada entre outros. As necessidades emocionais que se relacionam a
afetividade, interação com o meio e as pessoas, no estabelecimento dos laços de
confiança. E as educativas relacionadas aos ambientes limitantes, déficit de
atenção, interpretação e generalização.
Outro aspecto é que a surdocegueira e
a multideficiência podem ser congênita ou adquirida. Na surdocegueira
a criança já nasce ou adquire antes da aquisição de uma língua ou quando já tinha
adquirido uma língua, oral ou mesmo sinalizada (pré ou pós-linguisticos). A
adquirida pode ocorrer em pessoas que nascem com visão e audição e tem perda
total ou parcial de ambos; quando tem deficiência auditiva ou surdez congênita
com perda visual adquirida; e perda visual ou cega congênita com deficiência
auditiva adquirida.
Em relação à Multideficiência pensa-se em etiologia ou
ciências das causas de uma determinada doença. Assim pode ser: pré-natais,
resultado de doenças que ocorrem durante a gestação; Peri- natal, quando ocorrem
durante o trabalho de parto, resultado a prematuridade; e pós-natal como efeito
colateral de tratamentos aplicados. Enquanto a adquirida é resultado de
acidentes ou doenças posteriores.
Necessidades básicas
As necessidades compartilhadas dizem respeito ao corpo como veículo para estar no mundo.
“A partir e por meio dele, o homem descobre o mundo e a si mesmo”. (BOSCO, 2010).
Daí a importância da construção de um esquema corporal, tornando o corpo
harmonioso em seu equilíbrio, nos diferentes movimentos, na coordenação motora
global e fina e na força muscular. (op.cit)
Os problemas motores por sua vez geram entraves para o uso das mãos, o
que por sua vez compromete o acesso a um sistema estruturado de comunicação. Quando
esse comprometimento for também neurológico ocorrerão também barreiras na
aquisição da linguagem gestual e /ou simbólica.
Daí, “nas crianças com surdocegueira
e com deficiência múltipla, a COMUNICAÇÃO é o aspecto mais importante e, por
isso, deve-se focar nele toda a atenção na implementação do programa
educacional/terapêutico”. (SERPA, 2002, p. 2)
Contudo, para o desenvolvimento da linguagem
(qualquer que seja ela), a interação social se encontra intimamente ligada à
comunicação Ou seja, sem comunicação adequada à interação é limitada e sem
interação a comunicação não se desenvolve.
Estratégias utilizadas para aquisição da comunicação
As
estratégias utilizadas para desenvolver a comunicação devem principalmente:
Organizar
rotinas consistentes e estruturadas como forma que a criança antecipe os eventos
e em sua interrupção favorecer a interação comunicativa como calendários com
fichas e desenhos de atividades diárias, favorecendo a compreensão dos dias da
semana, seqüência de atividades diárias e ampliação do vocabulário.
Incrementar no ambiente escolar “uma
vizinhança colaborativa social”. Este objetiva conceder ao aluno as oportunidades
de interação, do contato e vínculo com as pessoas e com o meio. Além disso, participar
no ambiente de sala regular de atividades em grupos com a finalidade de na
interação avançar no nível de comunicação. (SERPA, 2002).
Privilegiar ao aluno participar de
diferentes formas de comunicação (inclusive e iniciando pela não simbólica),
como meio de operar no registro simbólico (comunicação receptiva e expressiva),
organizar pensamentos e dar sentido as suas experienciais (VULA, 2008).
E finalmente e não menos importante
as estratégias devem utilizar recursos que se estabeleçam como motivacionais
para o aluno, como os diversos tipos de calendários, objetos de referência e as
caixas de antecipação.
Para saber mais, consulte:
IKONOMIDIS,
Vula Maria. Deficiência Múltipla Sensorial, 2010. Texto.
BOSCO,
Ismênia C. M. Gomes; MESQUITA, Sandra Regina S. H.; MAIA, Shirley Rodrigues. A Educação Especial na Perspectiva da
Inclusão Escolar: surdocegueira e deficiência múltipla. MEC/SEESP. 2010. V.5.
Folheto FACT 3 – COMMUNICATION/Primavera 2005. O que é Comunicação? – 1 Department of Education 1877.453.2721
State Board of Elementary and Secondary Education.
SERPA,
Ximena Fonegra, Comunicação para
Pessoas com Surdocegueira. Tradução do livro Comunicación para Persona Sordociegas, INSOR-Colômbia 2002.