O texto de Ítalo Calvino “o
modelo dos modelos” aponta excelentes contribuições que podem ser relacionadas
ao trabalho desenvolvido pelo AEE:
v
Para o autor não existe modelo ideal, pois seus
elementos não são perfeitos. A harmonia não existe, pois estamos inseridos em
uma realidade que é mutável, cíclica. No desenvolvimento do AEE também não
lidamos com o perfeito, mas temos que partir das possibilidades e das
necessidades do indivíduo e não do seu diagnóstico clinico.
v
Quando o texto menciona que “[...] as linhas do
desenho surgiam deformadas e retorcidas”, na verdade as linhas não estavam
distorcidas, eram as diferentes nuances que não foram observadas. De forma
semelhante no trabalho do AEE vários fatores podem intervir. A realidade do
aluno em que ele esta inserido, a família, as condições sociais que envolvem
desde a sobrevivência, cuidados, aceitação deste filho, sonhado perfeito. Esses
devem ser conhecidos, vão oferecer pistas para as possíveis intervenções junto
ao aluno.
v
Assim Palomar em sua evolução no conhecimento
percebeu que não podia seguir um modelo tão delimitado em suas ações. No
trabalho do AEE também, faz-se necessário aprofundar os conhecimentos, daí a
importância da formação continuada. Por vezes, será necessário tentar, mais de
uma, duas cinco, pois o modelo pode não se encaixar, pode ser até decepcionante
quando o modelo não servir. Então é preciso abrir a mente para ir além, olhar
além da realidade imediata até porque a realidade imediata a que vemos
cotidianamente é formada por outras realidades distintas.
v
Daí o autor traz a ideia inicial de métodos transparentes,
diáfanos e sutis como teias é só o ponto de partida até que os próprios modelos
se dissolvam, pois o pesquisador e em nosso caso o professor-pesquisador do
AEE, vai perceber que nada do que já tem pronto se encaixa. Ele precisa “dissolver-se
a se próprio”, indo além do que visto para o que pode ser oferecido pelo aluno
e através da mediação adequada ao aluno.
v
Refazer-se é a proposta que se apresentou para
Palomar e para o Professor do AEE. Neste sentido, “[...] apagar da mente os
modelos e os modelos dos modelos” e seguir em frente percebendo que em sua
atuação não existem padrões, nada é tão homogêneo como aparenta. E a mente que estava
embaraçada pelos conhecimentos engessados e padronizados, fica somente o não
padronizável. Princípios que valorizem o
humano acima de tudo e que nem sempre isso é o mais satisfatório ou rende as
medalhas, mas é o mais praticável e que provoca o desenvolvimento do aluno. Assim
a dinâmica das práticas do professor de
AEE devem priorizar o processo de inclusão em contrapartida aos projetos
estruturalmente impostos e que em suas entrelinhas padronizam a exclusão não
somente dos alunos com deficiência.
Referencia
CALVINO, Italo. O
modelo dos modelos. Texto impresso Curso de Formação Continuada de
Professores para o AEE Versão 2013. UFC/SECADI/UAB/MEC. Impresso em junho de 2014.